Em 15 dias, agosto tem o mesmo número de feminicídios em SC do mês todo em 2024
Crimes aconteceram em pleno início do Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher

Três casos confirmados. Esse é o número de feminicídios registrados em Santa Catarina nos primeiros 15 dias de agosto de 2025. O número se iguala aos casos ocorridos em todo o mesmo mês em 2024: à época, também foram registrados três feminicídios, de acordo com o Observatório da Violência contra a Mulher, com dados compilados pela Assembleia Legislativa catarinense.
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Foi já no segundo dia do mês, no sábado (2), que a primeira morte aconteceu, com uma mulher assassinada pelo próprio filho em Florianópolis, no bairro Carvoeira. Enquanto ela dormia, o suspeito, de 24 anos, atacou a mulher de 61 anos, natural do Rio Grande do Sul.
Foi ele mesmo o responsável por ligar para a Polícia Militar para informar que tinha cometido o assassinato. À polícia, o homem disse que a mãe o controlava, e confessou que o crime foi planejado. Ele foi preso preventivamente após passar por uma audiência de custódia. A Polícia Civil segue nas investigações do caso.
Dois dias depois, na segunda-feira (4), Dalva Paterno da Silva, de 56 anos foi assassinada em Gaspar, no Vale do Itajaí. O principal suspeito, segundo a Polícia Militar, é o ex-companheiro da vítima, de 55 anos, que foi preso na terça-feira (5). De acordo com a Polícia Militar, a vítima tinha uma medida protetiva contra o homem, com quem passou 38 anos casada.
Os filhos relataram que o pai sempre foi violento com a mãe e que, com os filhos criando autonomia, ela decidiu por um fim no relacionamento. O divórcio ocorreu em julho, mas o homem ainda vivia na mesma casa que a vítima, mesmo ela tendo comprado outro imóvel para ele.
Depois do crime, ele fechou a porta do quarto e pediu aos netos para que não entrassem no local porque a vítima estaria dormindo. Então, ele fugiu de bicicleta, mas retornou à casa onde o crime aconteceu. Quem avisou a Polícia Civil sobre o retorno do homem à casa foram os três filhos do casal, que estavam na residência de um vizinho.
Já nesta quarta-feira (13), uma mulher foi morta a tiros pelo ex-companheiro dentro de uma loja no município de Maravilha, no Oeste catarinense. A vítima, identificada como Andréia Sotoriva, de 38 anos, vinha sofrendo ameaças, perturbações e perseguições do homem, de 39 anos, que não aceitava o término do relacionamento, de acordo com o delegado Daniel Godoy Danesi.
Andréia era professora da rede municipal de ensino e não resistiu. Depois dos disparos, o homem ainda atirou contra si mesmo. Ele foi socorrido em estado grave e permanece hospitalizado. Segundo a Polícia Civil, Andréia não havia solicitado medida protetiva.
Os casos foram registrados em pleno Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Atualmente, o crime de feminicídio tem a maior pena prevista no Código Penal Brasileiro, com 20 a 40 anos de reclusão.
Nesta semana, um homem foi preso após uma tentativa de feminicídio contra a companheira em Barra Velha. A vítima foi encontrada caída na calçada, na noite de segunda-feira (11), com ferimentos causados por facadas. A mulher foi encaminhada ao hospital e o suspeito foi encaminhado à delegacia após ser encontrado.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foram registrados, até o dia 11 de agosto, 31 feminicídios. O período não leva em consideração a morte de Andréia Sotoriva, em Maravilha, nesta quarta-feira (13), somando, dessa forma, 32 feminicídios ao total.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 5,8% no número de casos, já que em 2024 foram 34 ocorrências. Entretanto, em apenas uma semana, foram registrados pelo menos cinco casos, levando em consideração o período de 29 de julho até o dia 4 de agosto.
Segundo o Observatório de Violência Contra a Mulher, que reuniu dados de janeiro a julho deste ano, totalizando 28 casos, a maioria das vítimas eram companheiras, esposas ou namoradas dos autores dos crimes e tinham entre 40 e 49 anos. O principal meio utilizado para o assassinato foi arma branca — ou seja, facas, por exemplo — e, na maioria dos casos, não houve registro de boletim de ocorrência antes do crime.
Fonte: NSC
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